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Os rios integram o Brasil. A rede hidrográfica é a base territorial para reestruturar nossa política ambiental e econômica. É o embrião da República Hidrográfica do Brasil que buscamos como referência territorial para a gestão pública do País. É a mãe das reformas políticas, introduzindo lógica coerente de gestão territorial da vida, violada com a traumática divisão administrativa em capitanias hereditárias. As bacias são as estruturas de sustentação dos ecossistemas, a base física e biológica para a Integração Nacional, sem ela Nação brasileira não se reconhece e se desintegra. As águas dos rios são informações que fluem, e seu espelho mostra a nossa cara. Os rios morrentes e os solos erodidos são uma mensagem que a natureza nos envia. A abordagem transdisciplinar nos leva aos rios.
E a questão dos ecossistemas? Nenhum partido, candidato, sindicato assume a conservação da natureza como base da política econômica. O resultado será repetir, por toda parte, o que acontece no Rio Doce, São Francisco, Jequitinhonha, Paraíba do Sul. Sem mudança profunda de programa de governo, em nível conceitual, o Brasil vai continuar destruindo seus solos, extinguindo sua biodiversidade, secando seus mananciais, produzindo dinheiro de imediato e pobreza estrategicamente. A política econômica focada na monocultura, na exportação de commodities, chegou aos limites da água, do desmatamento, do envenenamento, da desindustrialização. Acabou com os peixes, a bolsa família dos ribeirinhos. Não é sustentável separar o fazer humano do destino da Terra. O antropocentrismo é reedição do geocentrismo.
Todos os pré-candidatos a Presidente se ofendem no varejo, mas no atacado convergem para a manutenção da mesma política macroeconômica, priorizando interesses dos bancos e investidores. Não irão melhorar nossas vidas. As demandas internacionais seguirão pautando as exportações brasileiras e o Governo vendo nelas a oportunidade de exportar para pagar dívidas e juros. Mas sem um projeto de Nação, que prevaleça sobre esses mecanismos econômico-financeiros dos quais se pretenderia tirar proveito. Estamos vivendo ao deus-dará.
Emprego e renda são vitais. É urgente minimizar os impostos sobre a classe média e pobre, estimular o empreendedorismo com apoio tecnológico e de crédito, para gerar emprego e renda, estimulando atividades que agreguem valor aos produtos e valorizem a criatividade dos trabalhadores. Precisamos agregar valor e gerar empregos em vez de exportar matéria bruta não beneficiada e barata, na lógica de substituir ganhos de quantidade por qualidade. A política de governo e dos bancos oficiais priorizam os grandes negócios e os que vivem de juros. A finalidade do Brasil precisa ser construir uma Nação digna, ambientalmente conservada e saudável, com soberania sobre seu destino, que não se limite a produzir superávit primário para pagar dívida pública crescente e com elevadas taxas de juros.
Por que a política desenraizou-se? A economia tem sustentação geológica e geográfica: solos, água, clima. Tem sustentação biológica: flora, fauna, pessoas. Tem sustentação política: bem estar da população. Vejam que não estamos aqui fazendo juízo de valor sobre qualquer sistema econômico já existente no mundo. A questão colocada é não destruir os fundamentos físicos e biológicos que sustentam a vida na Terra, incluindo a sociedade humana. Temos que mudar os referenciais. Reintegrar o Homo sapiens ao convívio com a natureza, sem negar a sua dimensão histórica atual. A história natural e a história cultural são dimensões diferentes, mas têm raízes comuns e podem se entender. Propomos a concepção biocêntrica de gestão da Terra. Por um entendimento entre luta pela sobrevivência das espécies e as relações entre as classes sociais e povos, nos diferentes rincões do Brasil. Estamos nos manifestando pela transdisciplinaridade e visão ecossistêmica de gestão do mundo.
Se agirmos agora, nos destacando do bolo partidário desmoralizado e enrascado na corrupção, poderemos emergir como sujeitos deste momento da história. Se ficarmos reclamando da seca, da violência e dos políticos, mas apoiando-os, sem entrar na disputa com nosso diferencial, nem cresceremos nem influenciaremos a opinião pública. Nossa mensagem é para todo o Brasil. O grupo que aqui se apresenta se dirige a todos. Vamos trazer nossas contribuições, construindo uma comunicação social na web. Ela funciona em tempo real, é interativa, tem abrangência ilimitada e custa muito pouco. É condição de manter nossa independência, individual e nacional. E você pode participar e transformar nosso País.
Assinaturas de apoio:
Grupo da Carta de Morrinhos/Meta 2020 – Minas Gerais
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